sábado, 29 de junho de 2019

porque hoje é sábado

porque hoje é sábado, dormi até tarde. acordei com uma companheira de casa a cantar no chuveiro e fiquei contente. na cozinha havia ovos mexidos e o café delta ainda não acabou. hoje fez calor outra vez e eu esperei o final da tarde para sair de bicicleta até moabit. tentei ir sempre pelo canal, mas não resultou muito bem. no caminho passei pela haus der kulturen der welt e nem foi tarde nem foi cedo para entrar. a miúda na bilhteteira comia uma melancia e tinha pêlos grandes debaixo dos braços, como eu. pedi-lhe o bilhete para o milton nascimento. na verdade é para a luedji luna, que vai abrir o concerto, mas o destque é para o milton e foi isso que disse. ela perguntou-me se sou estudante e eu disse que sou. não me pediu o cartão e tive desconto. 4€. trouxe a programação da cinemateca e segui passando a ponte onde começa moabit. as luzes estavam todas ligadas e o frigorífico estava cheio de cervejas. 16. bebi logo uma e pus duas na mochila. estava tudo a correr bem até que recebo uma mensagem no whasapp do proprietário com uma grande lista de tudo o que tenho de checkar antes de sair da casa e uma pergunta: como é possível sempre me esquecer da louça na máquina? desta vez não me esqueci da louça na máquina e ainda trouxe um copo que estava molhado e não podia utilizar o pano lavado para o limpar. o caminho de volta pelo canal resultou melhor. levei cerca de uma hora. cheguei a casa podre, mas no terraço havia comida, bebida e pessoas. arrastei-me até elas e um companheiro de casa disse a brincar working class hero. o joão também lá estava e falámos um bocadinho do henry miller, do kerouac, da anais nin. disse-lhe como hoje me custa lê-los e porquê. disse-lhe deste blog. talvez ele vá ler isto. ouço foguetes. não sei porquê. o vinicius de moraes era um grande machista, mas hoje é sábado e amanhã é domingo.

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